Sinister (Scott Derrickson, 2012)
Se sempre evitou ouvir a música dos Sunn 0))) à noite, quando está sozinho em casa, e tinha vergonha de contar, agora já tem uma óptima desculpa. É que o tema Blood Swamp, feito em colaboração com os Boris para o celebrado álbum Altar (Southern Lord, 2006), faz parte da banda sonora de Sinister (2012). Apesar de algumas críticas negativas que tem recebido, Sinister apresenta-se como uma boa surpresa que poderá causar alguns dos maiores sustos de 2012. Realizado por Scott Derrickson tem Ethan Hawke no papel principal e, mesmo com um orçamento modesto, conseguiu uma entrada directa para o terceiro lugar do box office norte-americano. No mesmo período, Paranormal Activity 4 (Henry Joost, Ariel Schulman, 2012) conquistava o primeiro lugar. Depois dos anos do torture porn, dá-se assim uma certa normalização da tendência que se tem manifestado nos últimos anos: a preferência do público americano pelo terror atmosférico em detrimento de uma mistura de sangue com sexo.
Ellison Oswalt
(Ethan Hawke) muda-se, juntamente com a família, para uma casa onde os
anteriores residentes, excepto uma das filhas que desaparecera, foram
assassinados. A partir destes acontecimentos, Oswalt conta escrever um livro novo que lhe devolva a popularidade e o dinheiro perdidos. Enquanto se instalam,
encontra no sótão uma caixa com filmes super 8 que, sem mostrarem o autor dos
crimes, documentam os assassinatos de várias famílias, incluindo aquela que
antes vivera naquela casa. A partir daí, a questão que se lhe coloca é saber
quem é que teria filmado aquelas imagens. Enquanto avança no visionamento e
análise das imagens descobre a dita Entidade do Mal - foi este o subtítulo escolhido pelo distribuidor português para o filme - que se alimenta das imagens para
atingir os seus fins. As imagens transformadas em agentes do mal, como portal entre o seu reino e o mundo mortal.
Com Sinister, Scott Derrickson confirma as expectativas criadas por The Exorcism of Emily Rose (O Exorcismo de Emily Rose, 2005), o filme de tribunal reinventado a partir de uma perturbadora possessão demoníaca. Se Jennifer Carpenter (Emily Rose) tinha um desempenho impressivo e que foi determinante no lançamento da sua carreira – actualmente, podemos segui-la na série televisiva Dexter (James Manos Jr., 2006– ), como irmã do nosso serial killer favorito -, Ethan Hawke já nada tem a provar. Mas o que se destaca em Sinister é o desenho de som e a direcção de arte que são simplesmente notáveis. Não, não estamos a falar de compositores da moda e de cenários e guarda-roupa luxuriantes. Trata-se de uma produção de um grande estúdio e, em vez do habitual fogo de artificio, temos subtileza e eficácia. Os Broadcast também contribuem para a banda sonora. E até somos brindados com uma menina que pinta como se fosse discípula de Peter Doig. Ainda anda por aí nalgumas salas de cinema e promete noites mal dormidas. //
Com Sinister, Scott Derrickson confirma as expectativas criadas por The Exorcism of Emily Rose (O Exorcismo de Emily Rose, 2005), o filme de tribunal reinventado a partir de uma perturbadora possessão demoníaca. Se Jennifer Carpenter (Emily Rose) tinha um desempenho impressivo e que foi determinante no lançamento da sua carreira – actualmente, podemos segui-la na série televisiva Dexter (James Manos Jr., 2006– ), como irmã do nosso serial killer favorito -, Ethan Hawke já nada tem a provar. Mas o que se destaca em Sinister é o desenho de som e a direcção de arte que são simplesmente notáveis. Não, não estamos a falar de compositores da moda e de cenários e guarda-roupa luxuriantes. Trata-se de uma produção de um grande estúdio e, em vez do habitual fogo de artificio, temos subtileza e eficácia. Os Broadcast também contribuem para a banda sonora. E até somos brindados com uma menina que pinta como se fosse discípula de Peter Doig. Ainda anda por aí nalgumas salas de cinema e promete noites mal dormidas. //
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