Mario Bava: Correlações #7


Na sua página do Facebook, numa longa série em andamento, Michał Popławski estabelece ligações entre a vasta obra de Mario Bava, repartida por trabalhos de realização, director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, não esquecendo muitos títulos em que não surge mencionado na ficha técnica. São corpos, objectos e espaços recortados por um jogo contrastado de luz e saturado de cor, que se repetem em imagens com a mesma assinatura mas que são convocados para outras histórias. A partir das correlações de Michał Popławski, a quem agradecemos por ter respondido afirmativamente ao nosso pedido, fizemos a selecção e a nova organização que publicamos no there's something out there.




























Nesta sétima correlação, as imagens pertencem, por ordem de entrada, a La ragazza che sapeva troppo (The Evil Eye, Mario Bava, 1963) e a Inferno (Dario Argento, 1980).


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Adieu au langage





















Jean-Luc Godard, Adieu au langage, 2014





Short synopsis
A married woman and a single man meet.
They love, they argue, fists fly.
A dog strays between town and country.
The seasons pass.
A second film begins…
Long synopsis
The idea is simple:
A married woman and a single man meet.
They love, they argue, fists fly.
A dog strays between town and country.
The seasons pass.
The man and woman meet again.
The dog finds itself between them.
The other is in one,
the one is in the other
and they are three.
The former husband shatters everything.
A second film begins:
the same as the first,
and yet not.
From the human race we pass to metaphor.
This ends in barking
and a baby's cries.
In the meantime, we will have seen
people talking of the demise of the dollar,
of truth in mathematics
and of the death of a robin.






















Jean-Luc Godard, Adieu au langage, 2014, páginas 7 e 8 do kit de imprensa



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The astounding Dr. Wollmen's report #5


Esta rubrica resulta de uma colaboração com a página The astounding Dr. Wollmen in the charming planet of the secret wonders, responsável pela pesquisa e organização do material.


Posters para Rosemary's Baby (Roman Polanski, 1968)




País de origem: Estados Unidos da América
Autor: Frankfurt Gips Balkind Advertising

País de origem: Estados Unidos da América
Autor: Frankfurt Gips Balkind Advertising





País de origem: Estados Unidos da América
Autor: Frankfurt Gips Balkind Advertising

País de origem: Estados Unidos da América
Autor: Frankfurt Gips Balkind Advertising





País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido

País de origem: Brasil
Autor: desconhecido





País de origem: Austrália
Autor: desconhecido

País de origem: Ex-Jugoslávia
Autor: desconhecido





País de origem: Polónia (1984)
Autor: Andrzej Pagowski

País de origem: Polónia (1984)
Autor: Wieslaw Walkuski





País de origem: Polónia (1984)
Autor: Wieslaw Walkuski

País de origem: Polónia (1990)
Autor: Roslaw Szaybo





País de origem: Alemanha
Autor: desconhecido

País de origem: Alemanha (1990)
Autor: desconhecido





País de origem: Bélgica
Autor: desconhecido

País de origem: França
Autor: desconhecido



País de origem: Espanha
Autor: desconhecido

País de origem: Espanha
Autor: JANO (Francisco Fernández Zarza)




País de origem: Espanha
Autor: JANO (Francisco Fernández Zarza)





País de origem: Itália
Autor: desconhecido

País de origem: Itália
Autor: desconhecido





País de origem: Japão
Autor: desconhecido

País de origem: Japão
Autor: desconhecido




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Panorama 2014, o Despontar de Uma Geração



















Senhora Aparecida (Catarina Alves Costa, 1994)




A nova edição do Panorama - Mostra do Documentário Português, entre 9 e 15 de Maio, chega envolta na tormenta dos cortes orçamentais que persegue instituições, festivais e eventos dedicados à divulgação do cinema e que é transversal a toda a actividade cultural. O financiamento decaiu para um nível que permite questionar a sustentabilidade, apesar da entrega e dedicação da equipa que produz aquela que é a única mostra não competitiva dedicada ao documentário feito em Portugal. Continuam as conferências e as conversas à volta da exibição dos filmes, mas o habitual catálogo, conjunto de ensaios e entrevistas relevantes para o enquadramento do documentário na história do cinema português, não teve edição em papel e é disponibilizado apenas em formato digital (aqui). Neste ano, a secção “Percursos no Documentário Português”, imagem identitária da mostra e importante para o estudo do documentário produzido em Portugal, é construída em torno de uma retrospectiva quase integral do trabalho de Catarina Alves Costa, coincidindo com os vinte anos do seu filme Senhora Aparecida (1994), que, em meados dos 90, parecia anunciar a chegada de uma nova vaga de realizadores (Pedro Sena Nunes, Graça Castanheira, Luciana Fina ou Catarina Mourão, para além de Catarina Alves Costa) que tomavam o documentário como ferramenta de trabalho, antes de o género obter reconhecimento e poder favorecer do apoio financeiro público. Ainda que Manoel de Oliveira, Paulo Rocha, Alberto Seixas Santos, António Reis e Margarida Cordeiro, ou mesmo João César Monteiro, tenham utilizado o dispositivo documental em paralelo à sua pratica no domínio da ficção (como pôde ser comprovado na secção "Documentário no Cinema Novo" do Panorama 2013), os novos realizadores abraçam uma pratica continuada num tipo de documentário que apontava para um afastamento claro da reportagem televisiva. É nessa época que acontecem encontros regulares, de carácter informal, entre este grupo de cineastas e que nasce a Apordoc - Associação pelo Documentário, estrutura responsável pela organização do Panorama e do seu irmão mais velho, o Doclisboa. Se Senhora Aparecida propunha outros modelos e intervenientes, também a sua base temática são os últimos sinais da resistência de um Portugal rural, que exibe conflitos entre tradições seculares no seio do plano religioso, prestes a ser arrasado pelas auto-estradas dos fundos europeus e a continuação do movimento de migração para os centros urbanos. A exibição do filme no Panorama coincide com o seu lançamento em DVD pela Midas Filmes, reunido com mais dois filmes de Catarina Alves Costa: Swagatan (1998) e Regresso à Terra (1992). O workshop "O Cinema Etnográfico por Catarina Alves Costa - Práticas de Realização no Filme Etnográfico", completa a homenagem à realizadora, partindo dos seus filmes para pensar o filme etnográfico em Portugal e as suas particularidades de produção. Outras secções em destaque são "Sessões Lisboa", através da exibição de filmes contemporâneos e históricos sobre Lisboa que permitam reflectir sobre a relação entre o cinema e o espaço urbano, e "Olhares Estrangeiros sobre Portugal – O Filme Etnográfico Alemão", reunindo um conjunto de obras de autores alemães que filmaram em Portugal, pouco vistas ou desconhecidas do grande público: Alfred Ehrhardt, Hubert Fichte e os filmes do Instituto do Filme Científico de Göttingen.


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Ser do cinema ou pelo cinema







































Este é mais um episódio protagonizado pelos senhores que se entendem donos do cinema em Portugal, neste caso o produtor e distribuidor Paulo Branco, proprietário da Leopardo Filmes, que num dia convoca a comunicação social para acusar as grandes distribuidoras detentoras dos direitos de filmes internacionais de lhe exigirem condições inadmissíveis, insustentáveis e contra as regras de mercado (aqui), e no outro impede a Cinemateca Portuguesa de cumprir a missão de promover o conhecimento da história do cinema e o desenvolvimento da cultura cinematográfica e audiovisual, obrigando-a a cancelar sessões com títulos de Ingmar Bergman e Roberto Rossellini, dos quais detém os direitos para o território nacional, com o argumento de se verificar um contexto de exploração comercial dos filmes (aqui). A Cinemateca Portuguesa fez o que pôde, comunicados para justificar o cancelamento das exibições, mas de Paulo Branco não houve o cuidado de convidar a horda de jornalistas que acompanha, dedicadamente, qualquer sobressalto na sua actividade e explicar melhor a sua posição aos amantes do cinema que contribuem financeiramente para a manutenção do seu negócio de distribuição. O nome dos títulos cancelados não é pormenor de menos importância, pois um deles é Roma città aperta (Roma, Cidade Aberta, 1945), monumento à resistência e à liberdade que gerou uma ligação simbólica a Portugal (aqui), ao ser exibido no auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, meses antes do 25 de Abril de 1974, na presença de Roberto Rossellini e Henri Langlois, que confidenciou, em tom premonitório, a João Bénard da Costa que o país podia ser assim ou assado, mas dentro de bem pouco tempo muitas coisas se iriam passar aqui. O último episódio negro criado por Paulo Branco - produtor a quem o cinema português deve muito, o que não desculpa este tipo de acção - manteve-se discreto e tem alimentado algumas discussões nas redes sociais, mas vem agora melhor detalhado num artigo de rescaldo do IndieLisboa 2014, do qual faziam parte as sessões canceladas na Cinemateca, publicado no site À Pala de Walsh, em palavras da autoria de Luís Mendonça (aqui). Do texto importa reter a seguinte reflexão: pergunto como pode haver democracia, nomeadamente pensamento crítico, se programar cinema deixa de ser um acto de liberdade para passar a ser um gesto condicionado por interesses completamente estranhos.


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Mario Bava: Correlações #6


Na sua página do Facebook, numa longa série em andamento, Michał Popławski estabelece ligações entre a vasta obra de Mario Bava, repartida por trabalhos de realização, director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, não esquecendo muitos títulos em que não surge mencionado na ficha técnica. São corpos, objectos e espaços recortados por um jogo contrastado de luz e saturado de cor, que se repetem em imagens com a mesma assinatura mas que são convocados para outras histórias. A partir das correlações de Michał Popławski, a quem agradecemos por ter respondido afirmativamente ao nosso pedido, fizemos a selecção e a nova organização que publicamos no there's something out there.




















Nesta sexta correlação, as imagens pertencem, por ordem de entrada, a Ercole e la regina di Lidia (Hercules Unchained, Pietro Francisci, 1959),  Il ladro di Bagdad (The Thief of Baghdad, Arthur Lubin, Bruno Vailati, 1961)Ercole e la regina di Lidia e Il ladro di Bagdad.


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Theater


Around the time I started photographing at the Natural History Museum, one evening I had a near-hallucinatory vision. The question-and-answer session that led up to this vision went something like this: Suppose you shoot a whole movie in a single frame? And the answer: You get a shining screen. Immediately I sprang into action, experimenting toward realizing this vision. Dressed up as a tourist, I walked into a cheap cinema in the East Village with a large-format camera. As soon as the movie started, I fixed the shutter at a wide-open aperture, and two hours later when the movie finished, I clicked the shutter closed. That evening, I developed the film, and the vision exploded behind my eyes.

Hiroshi Sugimoto





























Hiroshi Sugimoto, imagem da série Theaters




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