Mario Bava: Correlações #5


Na sua página do Facebook, numa longa série em andamento, Michał Popławski estabelece ligações entre a vasta obra de Mario Bava, repartida por trabalhos de realização, director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, não esquecendo muitos títulos em que não surge mencionado na ficha técnica. São corpos, objectos e espaços recortados por um jogo contrastado de luz e saturado de cor, que se repetem em imagens com a mesma assinatura mas que são convocados para outras histórias. A partir das correlações de Michał Popławski, a quem agradecemos por ter respondido afirmativamente ao nosso pedido, fizemos a selecção e a nova organização que publicamos no there's something out there.























Nesta quinta correlação, as imagens pertencem, por ordem de entrada, a Gli orrori del castello di Norimberga (Baron Blood, Mario Bava, 1972) e Caltiki - il mostro immortale (Caltiki the Undying Monster, Riccardo Freda, Mario Bava, 1959).


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Mario Bava: Correlações #4


Na sua página do Facebook, numa longa série em andamento, Michał Popławski estabelece ligações entre a vasta obra de Mario Bava, repartida por trabalhos de realização, director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, não esquecendo muitos títulos em que não surge mencionado na ficha técnica. São corpos, objectos e espaços recortados por um jogo contrastado de luz e saturado de cor, que se repetem em imagens com a mesma assinatura mas que são convocados para outras histórias. A partir das correlações de Michał Popławski, a quem agradecemos por ter respondido afirmativamente ao nosso pedido, fizemos a selecção e a nova organização que publicamos no there's something out there.




























Nesta quarta correlação, as imagens pertencem, por ordem de entrada, a Operazione paura (Kill Baby, Kill, Mario Bava, 1966), Natale al campo 119 (Pietro Francisci, 1947), Operazione pauraLisa e il diavolo (Lisa and the Devil, Mario Bava, 1973).


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Mario Bava: Correlações #3


Na sua página do Facebook, numa longa série em andamento, Michał Popławski estabelece ligações entre a vasta obra de Mario Bava, repartida por trabalhos de realização, director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, não esquecendo muitos títulos em que não surge mencionado na ficha técnica. São corpos, objectos e espaços recortados por um jogo contrastado de luz e saturado de cor, que se repetem em imagens com a mesma assinatura mas que são convocados para outras histórias. A partir das correlações de Michał Popławski, a quem agradecemos por ter respondido afirmativamente ao nosso pedido, fizemos a selecção e a nova organização que publicamos no there's something out there.




































Nesta terceira correlação, as imagens pertencem, por ordem de entrada, a Gli orrori del castello di Norimberga (Baron Blood, Mario Bava, 1972) e a La maschera del demonio (Black Sunday, Mario Bava, 1960).


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Mario Bava: Correlações #2


Na sua página do Facebook, numa longa série em andamento, Michał Popławski estabelece ligações entre a vasta obra de Mario Bava, repartida por trabalhos de realização, director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, não esquecendo muitos títulos em que não surge mencionado na ficha técnica. São corpos, objectos e espaços recortados por um jogo contrastado de luz e saturado de cor, que se repetem em imagens com a mesma assinatura mas que são convocados para outras histórias. A partir das correlações de Michał Popławski, a quem agradecemos por ter respondido afirmativamente ao nosso pedido, fizemos a selecção e a nova organização que publicamos no there's something out there.






















Nesta segunda correlação, as imagens pertencem, por ordem de entrada, a Sei donne per l'assassino (Blood and Black Lace, 1964) e a Il ladro di Bagdad (The Thief of Baghdad, Arthur Lubin, Bruno Vailati, 1961). 


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The astounding Dr. Wollmen's report #4


Esta rubrica resulta de uma colaboração com a página The astounding Dr. Wollmen in the charming planet of the secret wonders, responsável pela pesquisa e organização do material.


Posters para Reazione a catena (A Bay of Blood, Mario Bava, 1971)




País de origem: Espanha
Autor: JANO (Francisco Fernández Zarza)

País de origem: Itália
Autor: desconhecido





País de origem: Itália
Autor: desconhecido

País de origem: Itália
Autor: desconhecido





País de origem: França
Autor: desconhecido

País de origem: França
Autor: desconhecido





País de origem: Bélgica
Autor: desconhecido

País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido




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Mario Bava: Correlações #1


Na sua página do Facebook, numa longa série em andamento, Michał Popławski estabelece ligações entre a vasta obra de Mario Bava, repartida por trabalhos de realização, director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, não esquecendo muitos títulos em que não surge mencionado na ficha técnica. São corpos, objectos e espaços recortados por um jogo contrastado de luz e saturado de cor, que se repetem em imagens com a mesma assinatura mas que são convocados para outras histórias. A partir das correlações de Michał Popławski, a quem agradecemos por ter respondido afirmativamente ao nosso pedido, fizemos a selecção e a nova organização que publicamos no there's something out there.










Nesta primeira correlação, as imagens pertencem, por ordem de entrada, a La maschera del demonio (Black Sunday, Mario Bava, 1960) e a Totò a Parigi (Camillo Mastrocinque, 1958).


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Lamberto Bava apresenta o ciclo dedicado a Mario Bava


No âmbito da 8 1/2 Festa do Cinema Italiano, Lamberto Bava esteve em Lisboa para apresentar as primeiras sessões do ciclo dedicado a Mario Bava. Enquanto conhecedor da obra e antigo colaborador do pai, na sala da Cinemateca Portuguesa, Lamberto Bava, acompanhado pelo programador da casa Luís Miguel Oliveira, fez uma pequena introdução a La ragazza che sapeva troppo (The Evil Eye, 1963) e, no final da sessão, respondeu às perguntas do público - o mesmo aconteceu para La maschera del demonio (Black Sunday, 1960), I tre volti della paura (Black Sabbath, 1963), Cani arrabbiati (Rabid Dogs, 1974) e La venere d'ille (1979) -, em que foram abordadas as diferenças entre a cópia italiana do filme, La ragazza che sapeva troppo, e a versão falada em inglês lançada pela AIP, The Evil Eye. Esta última foi a versão que a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema exibiu, uma cópia em 35 mm que faz parte do seu arquivo e que teve estreia comercial, em Portugal, a 23 de Junho de 1964, no saudoso cinema Condes. Como a Cinemateca alerta na folha de sala: A cópia que exibimos, proveniente da época da estreia comercial portuguesa do filme, apresenta sinais de desgaste, designadamente riscos no suporte e na emulsão, que se intensificam na passagem das bobines, e um ruído de fundo ligeiro, mas constante. Nada que possa ter anulado o enorme prazer de assistir a um filme de Mario Bava em 35 mm, havendo momentos em que se pôde apreciar, com bom contraste, a belíssima fotografia a preto e branco. Uma das mais valias de ter estado presente na sessão foi confirmar as diferenças entre este The Evil Eye e La ragazza che sapeva troppo. Para uma descrição exaustiva dessas diferenças pode ser consultada a publicação Mario Bava: All the Colors of the Dark (2007) de Tim Lucas, mas notam-se facilmente a nova partitura de Les Baxter, alterações na edição e diálogos, adição de novos planos e corte de outros e um novo final inclinado para uma exploração mais óbvia da vertente cómica, que vem sendo seguida desde o inicio do filme. O que fica é uma versão divertida mas que adocica o negrume original de Mario Bava; uma acentuação do giallo rosa, pegando numa expressão utilizada por Lamberto Bava, em versão para turista ver (como a personagem principal, a jovem americana Nora Davis, de visita a Roma), que possa facilitar a compreensão do enredo a um público internacional menos familiarizado com a realidade local.
















Luis Miguel Oliveira e Lamberto Bava (imagem: Rita Gomes Ferrão)




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Mario Bava na Cinemateca Portuguesa






















Sei donne per l'assassino (Blood and Black Lace, Mario Bava, 1964)




Poucos dias depois da apresentação de Kiyoshi Kurosawa - O Padrinho do Terror, a Cinemateca Portuguesa regressa aos clássicos com um ciclo dedicado ao maestro Mario Bava (1914–1980), em parceria com a 8 1/2 Festa do Cinema Italiano. Serão exibidas sete obras em 35 mm e duas em formato digital: La maschera del demonio (Black Sunday, 1960), I tre volti della paura (Black Sabbath, 1963), La ragazza che sapeva troppo (The Evil Eye, 1963), Sei donne per l'assassino (Blood and Black Lace, 1964), Terrore nello spazio (Planet of the Vampires, 1965), Diabolik (Danger: Diabolik, 1968), Reazione a catena (A Bay of Blood, 1971), Cani arrabbiati (Rabid Dogs, 1974) e La venere d'ille (1979). As sessões repartem-se pelas salas da Cinemateca e do Cinema S. Jorge e, nos primeiros dois dias, serão acompanhadas por contactos entre o público e o colaborador e filho de Mario Bava, Lamberto, realizador de Dèmoni (Demons, 1985) e Dèmoni 2... l'incubo ritorna (Demons 2, 1986), ambos produzidos por Dario Argento.

Mario Bava, enquanto realizador, é reconhecido como o precursor do giallo, género italiano que associa crime, suspense e erotismo (La ragazza che sapeva troppo) - mas também da sua consolidação (Sei donne per l'assassino) - e do dispositivo de assassinatos em série típico do slasher, a que alguém chamou ironicamente "body count" (Reazione a catena). Para os mais novos que possam ter visto Reazione a catena muito depois dos clássicos slasher da década de 1980, o filme de Bava parecia uma enorme paródia antecipada a esse género - tornando, de forma repetida, os assassinos vítimas de outros assassinos e que começa em tom de ironia com a morte de um insecto numa baía, encenada principalmente com som. Em Friday the 13th Part 2 (1981), Steve Miner assinala a herança com a cópia de uma cena memorável de Reazione a catena, em que um casal é "abatido" com uma lança que atravessa os dois corpos, durante um acto sexual na cama. Porém, a carreira de Mario Bava começou muito antes de se entregar à realização, com trabalhos de director de fotografia, operador de câmara e desenho de luz e efeitos especiais, primeiro em assistência ao pai, Eugenio, e depois a outros técnicos e realizadores importantes do cinema local e internacional (entre eles, Jacques Tourneur e Raoul Walsh), sendo igualmente convidado por produtores para terminar filmes de realizadores que abandonavam as filmagens ou eram despedidos. No fim deste percurso, chega com maturidade à estreia na realização de longas metragens, La maschera del demonio, evidenciando domínio na definição do movimento, o que se reflecte em vertiginosas sequências de enquadramentos e raccords de uma riqueza visual que vai muito além do gótico da Hammer, em que se inspira. Ainda que não ouçamos a sua voz, já que mesmo na versão internacional foi dobrada, uma estrela nascia no seu primeiro grande papel no cinema, aparição única mas da qual não se pode dissociar o cinema de Mario Bava: a inglesa Barbara Steele, dona de uma beleza invulgar e que se tornaria numa das actrizes maiores do cinema de terror europeu, lugar que a deixava pouco confortável pois não era apreciadora do género, preferindo papeis mais convencionais. Tal não a impediu de continuar a aceitar presenças, que se tornariam inesquecíveis, dentro deste tipo de filmes: The Pit and the Pendulum (Roger Corman, 1961), L'orribile segreto del Dr. Hichcock (The Horrible Dr. Hichcock, Riccardo Freda, 1962), Danza macabra (Castle of Blood, Antonio Margheriti, 1964) ou Amanti d'oltretomba (Nightmare Castle, Mario Caiano, 1965).

Falar da obra de Mario Bava é também reconhecer a invisibilidade do seu nome em muitos títulos, em que é omitido na ficha técnica. Um enorme artesão e mago do artificio e da criação de atmosfera com um mínimo de meios - just to create an illusion, and effect, with almost nothing, de acordo com as suas próprias  palavras -, inventando inebriantes jogos de som, cor, luz e nevoeiro capazes de perturbar a serenidade, o que levou muitos colegas de profissão a pedir-lhe ajuda não creditada para aplicar truques ou filmar planos de difícil execução - a que ele respondia com modéstia e agrado, perante a possibilidade de aprender com a resolução de um problema exigente. Bava é um dos grandes mestres italianos e parte do grupo selecto que é mencionado em Il mio viaggio in Italia (My Voyage to Italy, 2001) de Martin Scorsese. Nesta obra pessoal de partilha do seu amor pelo cinema italiano, Scorcese introduz Roberto Rossellini, realçando a estranheza de este ter iniciado a carreira, com duas curtas metragens em colaboração com Mario Bava, Il tacchino prepotente e La vispa Teresa (ambas em 1939), num encontro inesperado entre duas praticas e entendimentos antagónicos do fazer cinema. De um lado, o neo-realismo de Rosselini; do outro, o cinema fantasista de Mario Bava. No período do pós-guerra, Bava participa no esforço de reconstrução do cinema italiano, através de uma alternativa ao neo-realismo, encabeçada pelo realizador Riccardo Freda, a quem ajuda a acentuar a força plástica de filmes de orçamentos confortáveis inspirados por obras literárias vindas da cultura popular. No entanto, nos projectos que iria assinar com o seu nome, os produtores confiam, antes de mais, na sua capacidade de fazer muito com quase nada, o que significa filmar debaixo de apertadas agendas e precárias condições de produção. Sobre a sua única incursão na ficção científica, Terrore nello spazio, comentou: I had nothing, literally. There was only an empty soundstage, really squalid, because we had no money. And this had to look like an alien planet! What did I do then? I took a couple of papier-mâché rocks from the nearby studio, probably leftovers from some sword and sandal flick, then I put them in the middle of the set and covered the ground with smoke and dry ice, and darkened the background. Then I shifted those two rocks here and there and this way I shot the whole film.

A mostra que lhe é dedicada pela Cinemateca Portuguesa e a 8 1/2 Festa do Cinema Italiano debruça-se sobre o seu trabalho enquanto realizador e, maioritariamente, sobre a sua ligação ao cinema de terror e ao fantástico. Da selecção final, poderíamos lamentar ausências, entre as quais: o clássico I vampiri (Lust of the Vampire, 1956), primeiro filme de terror italiano do pós-guerra, parcialmente dirigido por Mario Bava, depois de o amigo Riccardo Freda ser forçado a abandonar as filmagens; obras maiores como La frusta e il corpo (The Whip and the Body, 1963), Operazione paura (Kill Baby, Kill, 1966) e Lisa e il diavolo (Lisa and the Devil, 1973); títulos em que a sua colaboração se confunde com a verdadeira autoria, de que Inferno (1980) de Dario Argento é um dos exemplos mais notáveis; e outros géneros da sua obra, menos conhecidos, como o épico histórico italiano, habitualmente denominado por peplum ou sword and sandal, Ercole al centro della Terra (Hercules in the Haunted World, 1961), o western, La strada per Forte Alamo (Road to Fort Alamo, 1964) e Roy Colt e Winchester Jack (1970), ou a comédia sexual, Quante volte... quella notte (Four Times that Night, 1972). Poderíamos, assim, entreter-nos assumindo o papel de programadores, num exercício redundante que não esconderia o óbvio. A iniciativa de programar e a possibilidade de ver em bloco sete títulos de Mario Bava em 35 mm, no local para onde eles foram desenhados, que é a sala de cinema, é um acontecimento pouco comum e de maior relevo.

A partir de hoje, nas páginas do blogue e do Facebook do there's something out there, para celebrar este evento vamos dedicar um especial a Mario Bava onde nos propomos lançar algumas pistas sobre a sua obra, em particular sobre outros aspectos que não estão presentes no ciclo da Cinemateca Portuguesa e da 8 1/2 Festa do Cinema Italiano.


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