99 Women: posters e lobby cards


Este material é fruto de um trabalho de pesquisa e selecção da responsabilidade da página The astounding Dr. Wollmen in the charming planet of the secret wonders.


99 Women (Jess Franco, 1968)



País de origem: Espanha
Autor: JANO (Francisco Fernández Zarza)

País de origem: Alemanha
Autor: desconhecido





País de origem: Itália
Autor: desconhecido

País de origem: Itália
Autor: MOS (Mario De Berardinis)




País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido

País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido





Lobby card em holandês e italiano
(País de origem não determinado)

Lobby card mexicano




Lobby card norte-americano




A iniciativa Jess Franco: Um Mapa resulta de uma parceria entre os blogues My Two Thousand Movies e there's something out there.

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You're Next de Adam Wingard no MOTELx 2013


































You're Next (Adam Wingard, 2011)



O MOTELx 2013 decorre entre 11 e 15 de Setembro no Cinema São Jorge, em Lisboa, e já tem confirmada a programação. Para além das homenagens a Tobe Hooper, Ray Harryhausen e Hideo Nakata, vai haver The Conjuring (2013) de James Wan, Kiss of the Damned (2012) de Xan Cassavetes, The Lords of Salem (2012) de Rob Zombie, Maniac (2012) de Franck Khalfoun, Chained (2012) de Jennifer Lynch, Byzantium (2012) de Neil Jordan e The Battery (2012) de Jeremy Gardner. Mas o nosso destaque principal vai para um dos mais talentosos realizadores do cinema de terror da actualidade: Adam Wingard. Estará presente com o muito aguardado You're Next (2011) - que estreia esta semana nos Estados Unidos e do qual se tem falado aqui insistentemente - e como participante nas antologias V/H/S/2 (2013) e The ABCs of Death (2012). A programação completa do MOTELx 2013 pode ser consultada aqui.

Segundo um argumento de Simon Barrett, You're Next propõe reinventar o género home invasion, expondo a resposta de uma família reunida na casa de férias, quando é atacada por um grupo de mascarados. No entanto, a fragilidade da família é aparente pois um dos seus novos membros revela-se, não só um opositor difícil de abater, como também uma força capaz de superar as capacidades violentas dos assassinos. You're Next foi visto pela primeira vez no TIFF 2011, aclamado pela crítica especializada norte-americana, mas, devido a problemas de fusão com outro estúdio, a Lionsgate manteve-o em lista de espera durante dois anos. Em Janeiro, iniciou uma campanha publicitária brilhante (ver aqui) e as projecções apontam para que neste fim de semana atinja o topo do box-office norte-americano, ainda que seja referido como um slasher pouco habitual. É previsível que estreie nas salas portuguesas se forem confirmadas as expectativas quanto ao número de espectadores que obterá nos Estados Unidos. Um caso para seguir com atenção, nomeadamente quanto à forma como Adam Wingard reagirá a toda esta pressão mediática depois da excelente obra intimista A Horrible Way to Die  (2010).

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Jess Franco na Cinemateca Francesa


Em 2008, na Cinemateca Francesa, a obra de Jess Franco foi alvo de uma mostra alargada. Esta foi a lista dos filmes apresentados:

077 - OPERATION SEXY - JESS FRANCO
LES AMAZONES DE LA LUXURE (MACISTE CONTRE LA REINE DES AMAZONES) - CLIFFORD BROWN (JESS FRANCO)
THE BLOOD OF FU MANCHU - JESS FRANCO
BLUE RITA (LE CABARET DES FILLES PERVERSES) - JESS FRANCO
LES BRULANTES - JESS FRANCO
ÇA BARDE CHEZ LES MIGNONNES - JESS FRANCO
CAMP EROTIQUE (CAMP D'AMOUR POUR MERCENAIRES) - JESS FRANCO
CARTES SUR TABLE - JESS FRANCO
THE CASTLE OF FU-MANCHU - JESS FRANCO
LES CAUCHEMARS NAISSENT LA NUIT - JESS FRANCO
CHASSE A LA MAFIA - JESUS FRANCO (JESS FRANCO)
CHRISTINA PRINCESSE DE L'EROTISME / UNE VIERGE CHEZ LES MORTS-VIVANTS - JESS FRANCO
LA COMTESSE AUX SEINS NUS / LES AVALEUSES - J.P. JOHNSON (JESS FRANCO)
LA COMTESSE PERVERSE / LES CROQUEUSES - CLIFFORD BROWN (JESS FRANCO)
LE CRI D'AMOUR DE LA DEESSE BLONDE - JESS FRANCO
CRIMES DANS L'EXTASE - FRANK HOLLMANN (JESS FRANCO)
LA CRYPTE DES FEMMES MAUDITES - JESS FRANCO
CUADECUC - PERE PORTABELLA
DANS LES GRIFFES DU MANIAQUE - JESS FRANCO
LES DEMONS DU SEXE - CLIFFORD BROWN (JESS FRANCO)
DES FRISSONS SUR LA PEAU (TENDRE ET PERVERSE EMMANUELLE) - J.P. JOHNSON (JESS FRANCO)
DEUX SOEURS VICIEUSES - JESS FRANCO
DON QUIJOTE PAR ORSON WELLES - JESS FRANCO
DR. WONG'S VIRTUAL HELL - JESS FRANCO
DRACULA PRISONNIER DE FRANKENSTEIN - JESS FRANCO
LES EBRANLEES / LA MAISON DU VICE - CLIFFORD BROWN (JESS FRANCO)
ESCLAVES DE L'AMOUR / FRAUEN FÜR ZELLENBLOCK 9 - JESS FRANCO
EUGENIE - JESS FRANCO
LES EXPERIENCES EROTIQUES DE FRANKENSTEIN - JESS FRANCO
FALSTAFF - JESS FRANCO, ORSON WELLES
FEMMES EN CAGE (FRANCO) - JESUS FRANCO (JESS FRANCO)
LA FILLE DE DRACULA - JESS FRANCO
LES GLOUTONNES / LES EXPLOITS EROTIQUES DE MACISTE DANS L'ATLANTIDE - CLIFFORD BROWN (JESS FRANCO)
L'HORRIBLE DOCTEUR ORLOF - JESS FRANCO
LES INASSOUVIES - JESS FRANCO
LES INFORTUNES DE LA VERTU - JESUS FRANCO (JESS FRANCO)
JACK L'EVENTREUR (FRANCO) - JESUS FRANCO (JESS FRANCO)
LE JAGUAR - JESS FRANCO
KILLER BARBYS VS. DRACULA - JESS FRANCO
KISS ME MONSTER - JESS FRANCO
LETTRES D'AMOUR D'UNE NONNE PORTUGAISE - JESS FRANCO
LOS OJOS SINIESTROS DEL DR ORLOFF - JESS FRANCO
LES MAITRESSES DU DR. JEKYLL - JESS FRANCK (JESS FRANCO)
MARIQUITA, FILLE DDE TABARIN / LA BELLE DE TABARIN - JESS FRANCO
MIDNIGHT PARTY / LA PARTOUZE DE MINUIT - JESS FRANCO
LE MIROIR OBSCENE - JESS FRANCO
NECRONOMICON - JESS FRANCO
NEVROSE / LA CHUTE DE LA MAISON USHER - JESS FRANCO
LES NUITS BRULANTES DE LINDA / MAIS QUI DONC A VIOLE LINDA? - J.P. JOHNSON (JESS FRANCO)
LES NUITS DE DRACULA - JESS FRANCO
OPERATION LEVRES ROUGES - JESS FRANCO
LE PENITENCIER DES FEMMES PERVERSES - JESS FRANCO
PLAISIR A TROIS - CLIFFORD BROWN (JESS FRANCO)
LE PORTRAIT DE DORIANA GRAY - JESS FRANCO
LES PREDATEURS DE LA NUIT - JESS FRANCO
LES PUTAINS DE LA VILLE BASSE - WOLFGANG FRANK (JESS FRANCO)
QUARTIER DE FEMMES - JESS FRANCO
ROTE LIPPEN, SADISTEROTICA - JESS FRANCO
LE SADIQUE BARON VON KLAUS / LE SADIQUE - JESS FRANCO
LE SADIQUE DE NOTRE DAME - J.P. JOHNSON (JESS FRANCO)
SHINING SEX / LA FILLE AU SEXE BRILLANT - DAN L. SIMON (JESS FRANCO)
SNAKEWOMAN - JESUS FRANCO (JESS FRANCO)
TENEMOS 18 ANOS - JESS FRANCO
LE TRONE DE FEU - FRANCO MANERA (JESS FRANCO)
VAMPIRE BLUES - JESS FRANCO
VAMPIRE JUNCTION - JESS FRANCO
VAMPIROS LESBOS / SEXUALITE SPECIALE - FRANCO MANERA (JESS FRANCO)
VENUS IN FURS - JESS FRANCO

Fonte: Cinémathèque Française


Seguem dois vídeos que registam momentos de contacto do realizador com o público. No primeiro, na abertura da retrospectiva com Necronomicon - Geträumte Sünden (Succubus, 1967), o director de programação da Cinemateca Francesa, Jean-François Rauger, faz uma introdução à obra, seguida de declarações de Jess Franco. O segundo contém extractos de uma conversa com Franco e Lina Romay, moderada por Jean-François Rauger, Jean-Pierre Bouyxou e Stéphane du Mesnildot, depois da projecção de La Comtesse Noire (Female Vampire, 1973).








A iniciativa Jess Franco: Um Mapa resulta de uma parceria entre os blogues My Two Thousand Movies e there's something out there.

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Lucky, el intrépido: posters e lobby cards


Este material é fruto de um trabalho de pesquisa e selecção da responsabilidade da página The astounding Dr. Wollmen in the charming planet of the secret wonders.


Lucky, el intrépido (Lucky, the Inscrutable, Jess Franco, 1967)



País de origem: Espanha
Autor: Marco

País de origem: Itália
Autor: desconhecido





País de origem: Itália
Autor: desconhecido

País de origem: Alemanha
Autor: desconhecido




Lobby card italiano





A iniciativa Jess Franco: Um Mapa resulta de uma parceria entre os blogues My Two Thousand Movies e there's something out there.

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Paroxismus: posters e lobby cards


Este material é fruto de um trabalho de pesquisa e selecção da responsabilidade da página The astounding Dr. Wollmen in the charming planet of the secret wonders.


Paroxismus (Venus in Furs, Jess Franco, 1968)



País de origem: Itália
Autor: MOS (Mario De Berardinis)

País de origem: Itália
Autor: MOS (Mario De Berardinis)





País de origem: Itália
Autor: desconhecido

País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido





País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido

País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido





Lobby card norte-americano




A iniciativa Jess Franco: Um Mapa resulta de uma parceria entre os blogues My Two Thousand Movies e there's something out there.

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Necronomicon: posters e lobby cards


Este material é fruto de um trabalho de pesquisa e selecção da responsabilidade da página The astounding Dr. Wollmen in the charming planet of the secret wonders.


Necronomicon - Geträumte Sünden (Succubus, Jess Franco, 1967)



País de origem: Alemanha
Autor: desconhecido

País de origem: França
Autor: desconhecido





País de origem: Turquia
Autor: desconhecido

País de origem: Itália
Autor: desconhecido





País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido

País de origem: Estados Unidos da América
Autor: desconhecido




País de origem: Japão
Autor: desconhecido






Lobby card alemão

Lobby card norte-americano





A iniciativa Jess Franco: Um Mapa resulta de uma parceria entre os blogues My Two Thousand Movies e there's something out there.

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Finalmente! Ti West em Portugal














 

The Innkeepers (Hóspedes Indesejados, Ti West, 2011)



Não sejamos comedidos nas palavras: Ti West é um dos realizadores de cinema de terror mais importantes da actualidade. Após a sua passagem pelo MOTELx, com The House of the Devil (2009) e como parte da antologia V/H/S (Adam Wingard, David Bruckner, Ti West, Glenn McQuaid, Joe Swanberg, Radio Silence, 2012), chega esta semana às salas portuguesas The Innkeepers (Hóspedes Indesejados, 2011), muito depois de ter estreado no South by Southwest Film Festival 2011 e sido lançado em DVD e Blu-ray. A estreia acontece em Portugal com dois anos de atraso, num momento em que muito do público-alvo já o visionou, a partir de formatos alternativos à distribuição em sala, e em que toda a atenção está concentrada no lançamento do seu novo filme, The Sacrament (2013), na secção Midnight Madness do próximo Toronto International Film Festival (TIFF), em Setembro. Assim, vale a pena recordar o que escrevemos sobre The Innkeepers e a distribuição de cinema em Portugal, para o balanço do ano de 2012.

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Analisando a lista que criámos com os filmes marcantes do ano que findou, dá que pensar o facto de grande parte deles não terem sido (ainda) distribuídos em Portugal. A Cinemateca Portuguesa, os festivais, o formato DVD ou a divulgação online apresentaram-se como os recursos preferenciais para quem quer ver bom cinema em Portugal, sem estar cingido às escolhas dos distribuidores. Não nos venham então com a lamuria do costume relativa ao decréscimo do número de entradas no cinema pois foram as estratégias distorcidas de distribuição que contribuíram decisivamente para o afastamento do público das salas e permitiram que se instalassem de forma definitiva hábitos alternativos de consumo. Não falamos apenas de obscuros cineastas independentes mas também de Francis Ford Coppola que depois de ter ganho óscares e de ter levado um estúdio à falência, trabalha agora dentro de um modo de produção que, comparativamente, poderíamos caracterizar como familiar. É a ele que hoje o sistema recusa distribuir os filmes, depois de, na década de 1970 como parte dos movie brats, ter alimentado o motor que implantou o conceito moderno de blockbuster. E o que dizer do caso de Aleksandr Sokurov, de quem o celebrado Faust já teve estreia, há mais de um ano, no Festival de Veneza 2011? Até poderíamos estar a ser injustos e todos estes filmes já terem estreias planeadas para as próximas semanas ou meses. Mas sendo assim, como os enquadrar numa estratégia eficaz de distribuição, sabendo que parte do seu público potencial já os visionou?

Outro dos grandes desconhecidos do público português é o jovem realizador norte-americano Ti West. Tem uma obra surpreendentemente coesa dentro de um dispositivo que, por facilidade de linguagem, se resolveu apelidar de slowburning. West demonstra ter uma consciência elevada dos mecanismos do medo, aliando ritmo lento a um delicado trabalho em torno das personagens, algo que parece estranho ao género de terror, mais habituado aos gritos e ao gore. A ironia é que o resultado apresenta-se, crescentemente, tenso e perturbador, longe da anestesia que o "ruído" da maior parte do cinema de terror contemporâneo provoca no espectador. Depois de revisitar a década de 1980 com The House of the Devil (2009), em The Innkeepers, Ti West ressuscita uma das estrelas da época, Kelly McGillis,  e junta-a à deliciosa Sara Paxton numa viagem pelos últimos dias de um hotel que parece assombrado. Durante grande parte do filme diríamos estar face a uma comédia subtil, o que levou vários críticos irritados a referir que não se passava nada. Ainda bem. Apesar de o termos visto logo em Janeiro, The Innkeepers manteve-se inabalável no topo da nossa lista de preferências até aos últimos dias de 2012, altura em que estreou... (link)

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De Twixt (Francis Ford Coppola, 2011) não há novidades. Faust (2011) teve um lançamento discreto há uns meses e The Innkeepers chega agora desamparado, sem que a distribuidora dê sinal de vontade (ou saber) de rentabilizar o excelente produto que tem em mãos.

The House of the Devil (Ti West, 2009)



Ti West faz parte de um grupo de cineastas que devem muita da sua cultura cinematográfica à frequência ávida do clube de vídeo, embora os seus filmes não caiam nas armadilhas da citação e procurem desmontar esse sistema referencial. A primeira longa metragem, The Roost (2005), ainda denotando alguma reverência, coloca quatro jovens numa fazenda tradicional americana a lutar contra morcegos assassinos que transformam os humanos em zombies. Num formato inspirado na banda desenhada da série Tales from the Crypt (1950–1955) da EC Comics, o ritmo é frenético e em divertidos inserts, a preto e branco, um anfitrião movimenta-se num cenário que parece desenhado por Ed Wood, introduzindo a aventura dos jovens na fazenda e manipulando o seu desenvolvimento. O bom equilíbrio entre os dois segmentos deve muito à qualidade da edição, também da responsabilidade de West, e à utilização de filme super 16 mm, que realça o grão e o ar artesanal. Em Trigger Man (2007), Ti West aproxima-se dos códigos do cinema independente americano, desligando-se da forma narrativa mais clássica. Com câmara à mão, acompanha três amigos, durante uma caçada na floresta, que acabam na mira da espingarda de um desconhecido. O formato slowburning começa a ser moldado aqui. Até ao minuto 37, ou seja metade do filme, para além de alguns detalhes da banda sonora, nada indica que se trata de um filme de terror. Estamos, apenas, em zona de reconhecimento de personagens e conflitos e do espaço físico em que se movem. Trigger Man termina como uma metáfora violenta da comunhão impossível entre a serenidade aparente da cidade e a natureza selvagem, que lembra Deliverance (1972) de John Boorman. No entanto, em Trigger Man as questões de ordem moral encontram-se diluídas na abstracção, ao não identificar de forma clara o rosto do inimigo e a forma como é exercido o poder. Em 2007, um grande estúdio entregou a Ti West o projecto Cabin Fever 2: Spring Fever (2009), sequela do primeiro filme de Eli Roth. Os executivos não gostaram da versão que lhes foi apresentada e pediram a West para a reeditar. O realizador recusou e, depois de trocas azedas de palavras na comunicação social e de o estúdio ter concretizado as alterações, pediu para que o seu nome não constasse nos créditos.

Perante isto, a alternativa foi regressar a pequenos projectos pessoais, com a ajuda do estúdio Glass Eye Pix de Larry Fessenden, onde pudesse controlar todo o processo criativo. As longas metragens The House of the Devil e The Innkeepers e a participação nas antologias de terror V/H/S e The ABCs of Death (2012) - esta última, a ver em Setembro no MOTELx - aparecem a partir deste contexto. The House of the Devil inspira-se em casos reais de cultos satânicos, popularizados durante a década de 1980, nos Estados Unidos. Talk shows e julgamentos, testemunhavam histórias de conspirações de larga escala que raptavam crianças e jovens para serem usados em rituais satânicos carregados de erotismo. Em The House of the Devil não há apenas a convocação de mitos, costumes ou objectos dos anos 80, mas também a sua recriação através do uso de tecnologia e técnicas que possam ajudar a identificar esse período: o filme de 16 mm, a veracidade atribuída à história, o freeze e o amarelo nos créditos, o zoom ou a produção de objectos promocionais em formato VHS. Ou seja, em termos visuais e sonoros, The House of the Devil é a cópia ideal, o melhor filme de terror da década de 1980, produzido depois de 1989. Trata-se, claramente, de uma perspectiva simplificadora, pois o deslocamento temporal funciona como força dramática, como se verifica no caso do walkman. No que diz respeito à narrativa, evolui lentamente, para além do limite do suportável num filme de género, e transforma-se nos últimos minutos, num verdadeiro festival de sangue e adrenalina, em que o espectador pode, finalmente, descarregar o excesso de tensão acumulada. Apesar de não ter tido a mesma receptividade crítica e popularidade de The House of the Devil, The Innkeepers confirma Ti West como caso sério de um autor que aposta na reavaliação do cinema de género, posicionando-se numa zona de fronteira, em que não convence por inteiro, nem os fãs do terror, nem o restante público. Algo que poderá ser testado com a estreia de The Sacrament, produzido por Eli Roth, um found footage em torno de uma equipa de filmagens que é apanhada no meio do suicídio colectivo de uma seita religiosa.  //


















Trigger Man (Ti West, 2006)